A DIFÍCIL E AMÁVEL MISSÃO DE SER PAI DOS NOSSOS PAIS
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A DIFÍCIL E AMÁVEL MISSÃO DE SER PAI DOS NOSSOS PAIS
Por Helaine Borges
O tempo pode até nos deixar mais velhos, porém, algumas lições só ele nos ensina… Certo dia eu estava em um hospital e me distraí com uma cena que me roubou o pensamento, acredito que me fez AMAdureSER!
Uma enfermeira fazia a manobra de transferir o paciente da cama para a maca. Ela buscava repor os lençóis, quando, de repente, o filho se ofereceu para ajudá-la. Lembro-me de ele colocar o rosto do pai contra seu peito e dizer: “EU ESTOU AQUI MEU PAI, EU ESTOU AQUI!”. Foi a partir dessa cena que percebi que, no fim da vida, um pai quer apenas ouvir que seu (a) filho (a) está ali. Percebi também que, naquele momento, houve uma quebra na história familiar, a ordem natural passou a não fazer mais sentido: o filho se tornou pai de seu pai. Aí me surgiu a seguinte indagação: “SERÁ QUE ESTAMOS PREPARADOS PARA SERMOS PAIS DE NOSSOS PAIS?”
Não é fácil aceitar que nossos pais estão envelhecendo. Talvez demore, mas precisamos aceitar que não são mais os mesmos. Precisamos compreender que as limitações (memória, audição, vigor…) que se apresentam, não é uma questão de preguiça ou desdém. Às vezes surge sentimento de revolta interna, ficamos na expectativa de vermos nossos pais (nossos heróis) reagirem ao envelhecimento do corpo. Porém, em nossa própria desorientação, esquecemos que é impossível impedir a passagem do tempo.
Ninguém nos ensina a ser mãe/pai de nossos pais, não é a lógica da vida. Mas mesmo que não estejamos preparados, temos que aprender as nuances desse papel para proteger aqueles que amamos. Parafraseando nosso querido Renato Russo: “É preciso amar nossos PAIS como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar, na verdade não há… Você me diz que seus pais não te entendem, mas você não entende seus pais. Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo. São crianças como você. O que você vai ser. Quando você crescer”.
Por fim, deixo uma mensagem de reflexão a partir de um vídeo disponível no YouTube sob o seguinte título: “O que é isso?”:
“Certa tarde, estavam pai e filho no pátio de casa, sentados em um banco embaixo de uma árvore. O filho lia concentrado o seu jornal, enquanto o pai contemplava a natureza. De repente um pequeno pássaro pousou à frente deles. O pai olhou atento e perguntou:
– O que é aquilo?
Então o filho tirou os olhos do jornal, olhou para o pássaro e respondeu:
– Um pardal.
O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, perguntou de novo:
– O que é aquilo?
E o filho novamente respondeu:
– Acabei de lhe dizer pai, é um pardal.
Quando o filho sacudiu o jornal para virar a página, o pássaro se assustou e voou para os galhos da árvore. Minutos depois, o pássaro pousou no chão e o pai questionou novamente:
– O que é aquilo?
O filho, já inquieto, respondeu com grosseria:
– Um pardal! UM PARDAL! Já lhe disse várias vezes, pai, é um PAR-DAL!
O pai, continuando a olhar o pequeno pássaro, pergunta mais uma vez:
– O que é aquilo?
Então o filho perdeu a paciência e, aos berros, respondeu:
– Por que o senhor está fazendo isso comigo, atrapalhando minha leitura? Por quê? Já lhe disse várias vezes que é um pardal, um pardal, que saco!
Nisso o pai se levantou calmamente e o filho, entre nervoso e curioso, perguntou:
– Aonde o senhor vai?
O pai entrou em casa. Logo depois, retornou com uma velha agenda em suas mãos. Procurou uma determinada página e a entregou ao filho, que começou a ler.
Nisso, o pai lhe ordenou:
– Leia em voz alta!
Então o filho começou a ler a agenda na página aberta pelo pai, que dizia:
– Hoje meu filho caçula, que há poucos dias fez três anos de idade, estava comigo no parque quando um pássaro pousou à nossa frente. Meu filho me perguntou 21 vezes o que era aquilo. E eu lhe respondi 21 vezes, com todo carinho, que era um pardal. E cada vez que ele me perguntava, eu respondia com toda alegria do meu coração, e o abraçava a cada pergunta sentindo-me feliz por perceber que a curiosidade daquela inocente criança demonstrava o quanto meu filho era inteligente!
Foi nesse instante que a ficha caiu e o filho largou seu JORNAL e abraçou seu velho pai, chorando!”
Ao PAItrocinador oficial da minha vida, Sr. José Manoel Borges!
- Psicóloga
Gazeta de São João del-Rei
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