A INVOLUÇÃO DO BRINCAR
Redação
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abril 30, 2022
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28/09/2019
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11/10/2019
A INVOLUÇÃO DO BRINCAR
Rose Santiago
Psicóloga clínica
“Vivemos momentos de muitas dúvidas quanto ao que é o certo na educação da criança”
Para falar do universo infantil, é necessário destacarmos o mundo encantado das brincadeiras, onde o EU adulto (que ainda vai nascer) cede espaço ao EU criança que já nasceu; onde o riso sobressai à tristeza e é onde a fantasia é o que basta para ser feliz. Mas, também, hoje, é onde os dedinhos, movendo para baixo e para cima vêm se tornando mais importantes do que o pular, correr, tocar, explorar e descobrir.
Vivemos momentos de muitas dúvidas quanto ao que é o certo na educação da criança, oferecer ou não o tablet, o computador, o videogame, o celular (ufa! a lista é grande!). É comum ouvirmos os pais dizerem “mas, ele fica tão quietinho!”. Eles acreditam em vários benefícios:
1 – A criança fica quieta para trabalharem;
2 – A criança fica quieta para conversarem;
3 – A criança fica quieta para poderem “mexer em seus celulares, tablets, computadores e videogame (risos);
4 – A criança fica quieta e não faz pirraça;
5 – A criança fica quieta, porque a tecnologia é uma babá perfeita, beautiful!
Sim! A criança fica quieta, mas o cérebro também fica e adoece. É a involução do brincar.
“Mãeee, vou brincar com meus amigos. -Está bem, filho! -Que horas vocês marcaram? -Às 7 horas em ponto (pontualidade invejável). -Quantos amigos vão vir hoje? -Dez, mãe. E lá vai Henrique brincar. Entra para o quarto, fecha a porta e a janela (a luz atrapalha). Silêncio total. Liga o computador. E chegam os amigos. Dois estão no Rio de Janeiro, três em São Paulo, um em Portugal, dois na Bahia, um em Manaus e o Henrique em Minas. Às 15:00 horas a porta se abre. -Acabou filho? -Não, né mãe! Vim fazer xixi.
O erro em permitirmos o uso abusivo está cada vez mais alarmante. É importante, sim, oferecer a tecnologia, porém com restrição e buscando orientações sobre por quanto tempo cada idade deve fazer esse uso.
Ainda assim, nada substitui o poder cair, chorar e levantar; o poder vencer a tensão de um pique-esconde, o poder tocar alguém numa brincadeira de roda; o poder conviver com o outro num jogo de tabuleiro; o poder ganhar e perder nas brincadeiras infantis, podendo, dessa forma, construir um EU adulto mais saudável psicologicamente, porque pôde viver a fantasia.
Gazeta de São João del-Rei
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