VERMELHO E BRANCO

O Carnaval remonta as saturnais festas homéricas ocorridas na Roma antiga, tempos em que até mesmo os escravos eram provisoriamente “libertados” de tal condição e os cidadãos cediam aos prazeres da carne e ao frenético bailado pelas ruas da cidade eterna.

Para Silva e Versignassi (Qual é a origem do Carnaval. Revista Mundo Estranho, 21 fev. 2020) os carros alegóricos que conduziam homens e mulheres desnudos eram denominados “carrus navalis”, em razão do formato de navio. Os autores também indicam a ressignificação da expressão na roda da história. Na Idade Média foi adaptada para “carne vale”, com a tradução para adeus à carne ou “carne levare”, que é a abstenção da carne, como um prenúncio do tempo de penitência quaresmal.

No artigo “Carnaval, do sagrado ao profano” (Jornal o Globo, 16 fev. 2015) Frei Betto ressalta que, no Brasil, “o primeiro bale de Carnaval ocorreu em 1840, no Rio” e futuramente foi surgiram o Zé Pereira, os cordões, ranchos e blocos.

O Carnaval integra a próspera identidade cultural de São João del-Rei. Há um deleite antigo por este interregno profano e muitos personagens que enriquecem o carnaval participam ativamente dos atos litúrgicos da Quarema, rumo ao sagrado.

“Insofismavelmente, falar de Carnaval em São João del-Rei é falar de Jota D’ângelo e Mamélia Dornelles. O casal de artistas e beletristas ‘sacralizou o profano’ e registrou a marca da perfeição, nos áureos tempos da Escola Qualquer Nome Serve. É uma família de cultores das artes, pendor compartilhado pelos três filhos do casal. O saudoso Virgílio D’ângelo é a identidade genial de um carnaval de qualidade e de composições belíssimas, executáveis por todos os timbres”, revela a pesquisadora e compositora Vivianne Melo.

Dentista Acyla Mara Meneghin, que contagiou o baile Vermelho e Branco com beleza e alegria admiráveis – Foto: Arquivo Pessoal Bruna Augusta

Em 2020, mais uma vez, o Centro Cultural Virgílio D’ângelo brilhou com o tradicional baile Vermelho e Branco, que são as cores da Qualquer Nome Serve. Um sucesso comemorado na gestão eficiente de Rogéria Gomide e equipe.

Como sempre esperada, a presença marcante do casal D’ângelo e Mamélia, dos filhos Paulo e André, noras e demais familiares e amigos, muitos dos quais vieram de longe para reviver o “sonho vermelho e branco”.

Eis que um vermelho vivo de alegria tomou conta do salão, ao som de sambas imemoriais. A turma da chácara, Beth Viegas, Moema Hallak, Adenor Simões, Emerson Fiche, Betinho Braga e Dulce, Nina Neves, Luiz Carlos Teixeira, Alcimara e Altamir Zanetti, Maristela Valadão, Bruna Augusta e Acyla Mara Meneghin fizeram diferença ao entoar, em uníssono: “(…) a festa é nossa, hoje é pra valer! Chegou a hora deixa a festa acontecer….”

LIBERTFOLIA 2020

O ano de 2020 ficará marcado na história do Espaço Libertastes. Em pouco tempo após a inauguração, as belas sócias Rossana Viegas e Mariana Provinciali, com inigualável criatividade, cuidaram de incluir no calendário cultural do Libertastes a “Libertfolia 2020”. Na sexta do dia 21 de fevereiro, o Espaço Libertastes ficou mais colorido com belos abadás customizados, famílias e amigos de várias gerações. Um encontro eclético ao som da Roda de Samba Imperial, que incluiu os sambas-enredo clássicos, no rico repertório.

Da esquerda para a direita, Igor Provindiali, Mariana Provinciali, Rossana Viegas e Ricardo Viegas. Os maridos prestigiam as jovens esposas empreendedoras do Espaço Libertates, no primeiro LibertFolia – Foto: Vita Del Rei Fotografia / Divulgação

Com um chopp gelado e encorpado, seleção diferenciada de drinks, uma carta de vinhos muito bem garimpados e ótimas opções para petiscar, os foliões “libertaram” o espírito da felicidade no Libertastes e já anunciaram presença certa no próximo ano, como quem pede mais um gole da bebida predileta ou o bis do samba preferido. Sucesso ao Espaço Libertastes, que chegou para ficar!

LUXO E LIXO

Luxo são… as escolas de samba e os blocos caricatos que mais uma vez coloriram o Carnaval da microrregião do Campo das Vertentes.

Lixo é… o comportamento desrespeitoso de certos foliões que sujam as ruas e espaços públicos durante o pré-Carnaval e Carnaval.