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Por Jota Dângelo
Na semana passada o país tomou conhecimento de um fato digno de atenção. O mundo político é “sui generis”. Um partido político não é, como se poderia imaginar, uma confraria onde todos se respeitam, se ouvem atentamente, discutem com gentileza, se apoiam mutuamente numa atmosfera ética e saudável, pensando prioritariamente no destino do país, nos avanços da política social, na diminuição da desigualdade, na distribuição mais justa da renda per capita, na modernização da economia, nos avanços em relação à segurança pública, à educação, à saúde.
Não, não é bem assim. O partido político não escapa de vícios da natureza humana. Em nenhum deles foi eliminada totalmente a ganância individual, o desejo de mando, a inveja dos mais competentes no exercício da política, as manobras espúrias e irresponsáveis para fazerem prevalecer os seus desejos eleitorais. Seguramente, há quem prime, num partido político, pela ética e responsabilidade partidária, mas não faltam também os que se enquadram no comportamento descrito no início do parágrafo.
Foi o que aconteceu na semana passada no PSDB. Alguns membros, particularmente dois deles, um candidato em potencial à Presidência da República, e outro à reeleição para a Prefeitura de S. Paulo, encabeçaram uma campanha pela expulsão de Aécio do PSDB. Evidentemente, estavam, na verdade, cuidando de ter um caminho, a seu ver, mais tranquilo para consumar seus desejos eleitorais. Estavam certos de suas lideranças no partido. Um deles chegou a dizer que “era ele (Aécio) ou ele” que deveriam estar fora do partido.
Na quarta-feira, dia 21, a Executiva Nacional do PSDB discutiu em Brasília os dois pedidos de expulsão de Aécio: um do Diretório Estadual de S. Paulo e o outro do Diretório Municipal de S. Paulo. Foram 35 os participantes. O resultado da votação foi acachapante: 30 votos contra a expulsão de Aécio, quatro a favor e uma abstenção. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que a “decisão desta quarta é definitiva. O assunto Aécio Neves em relação aos fatos apresentados está encerrado”.
É preciso deixar bem claro: não houve qualquer julgamento de Aécio Neves. O atual deputado federal não foi condenado em nenhum processo. Em um único processo é considerado réu, mas ainda não houve julgamento, sua defesa nem foi apresentada. O senador tucano Plínio Valério aplaudiu a decisão do seu partido de não expulsar Aécio Neves: “A Executiva Nacional do PSDB acertou em decidir não afastar o deputado Aécio Neves. Ele tem todo o direito de se defender filiado ao partido que ajudou a construir. Até agora, Aécio não foi condenado em nenhuma instância. Afastá-lo do PSDB seria condená-lo por antecipação. E isso não combina conosco, tucanos de verdade, que sempre primamos pelo respeito aos correligionários”. O senador Antônio Anastasia, do PSDB, foi taxativo: “Ninguém pode ser condenado a priori, é uma questão constitucional. No Brasil, felizmente, há a presunção de inocência. Várias pessoas podem, eventualmente, ser objeto de investigações, quem está hoje na vida pública está sujeito a isso dia e noite. Com relação a Aécio, não há condenação. A Executiva, portanto, cumpriu o seu papel”.
Aécio foi elegante, como sempre, nos seus comentários sobre a decisão que o favoreceu:
“O partido tomou uma decisão serena e democrática. Não há aqui vitoriosos e vencidos. É uma decisão que respeita não apenas aquilo que prevê o Estatuto, mas também a história daqueles que construíram o PSDB. Ninguém perde neste episódio”. E avisou aos seus aliados que não é hora de cantar vitória. Mais importante é saber o que o partido deve fazer, neste momento conturbado, em relação ao destino do país e de sua população.
Gazeta de São João del-Rei
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