QUARESMA
Redação
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abril 30, 2022
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14/03/2020
Por Jota Dangelo
Eis aí: chega a Quaresma e o luto envolve a cidade depois da alegria, da cantoria e da vadiação generalizada do carnaval. Blocos e Escolas de Samba silenciam e cedem lugar à Via-Sacra a céu aberto, às sextas-feiras, num ensaio, numa preparação para a Festa de Passos, para a Procissão do Encontro, para o Domingo de Ramos, para o Ofício de Trevas, para o Sermão das Sete Palavras, para o silenciar dos sinos nas torres, para o Descendimento da Cruz, para a Procissão do Enterro, para a Aleluia e o Domingo de Páscoa.
Quaresma. Ei-la em São João del-Rei, mansa, quieta, convidando à reza, à reflexão e talvez, para alguns, até mesmo seja um tempo de jejum, se não alimentar, pelo menos alcoólico…O Carnaval se foi, levado e lavado pela chuva irritante, safada, atrapalhando concentrações, obrigando ao uso de coberturas de plástico, sombrinhas e chapéus, desanimando os mais idosos, e não só eles, de sair de casa para ver Escolas de Samba importadas, e apenas outras três daqui mesmo. Segundo observadores presentes, na segunda-feira, quando apenas duas escolas de samba desfilariam, uma chegou à avenida à uma e meia da manhã e a outra as três da madrugada…
No Rio, onde a chuva caiu mas não chegou a prejudicar o desfile do Grupo Especial das Escolas de Samba, a disputa foi emocionante, com a batalha pelos primeiros seis lugares altercando-se a cada quesito julgado pelos 5 jurados deste ano de 2020, com eliminação de uma nota mais alta e uma nota mais baixa, computando-se apenas as três restantes. Ao todo foram 45 jurados trabalhando num desfile de qualidades insuperáveis, com destaque para a Viradouro, Grande Rio, Mocidade, Beija Flor, Salgueiro e Mangueira.
Em São Paulo a vitória foi, pela vez primeira, da Águia de Ouro, que teve o talentoso Carnavalesco carioca Laíla, como um dos seus criadores do enredo apresentado. Belo Horizonte também brilhou, com chuva e, muito pouco, sem ela, na alegria contagiante dos seus Blocos de Rua, com milhares de figurantes. Mas o desfile das Escolas de Samba belorizontinas, pela primeira vez transmitido pela G1.com.br/carnaval, esteve muito longe dos famosos carnavais de décadas passadas, quando a prefeitura fazia ornamentações de rua belíssimas na avenida Afonso Pena, e carnavalescos, como Décio Noviello, artista plástico falecido no ano passado, criava enredos fantásticos tanto da Cidade Jardim como do Canto da Alvorada, duas das maiorais Escolas de Samba naquele tempo.
Agora é voltar à realidade do país. À permanente perseguição de certa imprensa a tudo que fala Bolsonaro, que bem podia falar um pouco menos, sem dúvida. Mas nem sempre o que ele fala deixa de ter sentido. O povo gosta do que ele fala e como fala. É só ficar sabendo como seu site pessoal é fantasticamente procurado pelos brasileiros. Temos duas reformas importantes a fazer: tributária e administrativa. São duas batalhas decisivas e serão dolorosamente debatidas no Congresso. E, como se isto não bastasse, este é ano de eleição para prefeito e vereadores. Uma eleição que pode ser, em muitos locais, um outro carnaval. Esperemos que aqui não o seja.
Gazeta de São João del-Rei
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