Comerciante aponta perseguição, após opinar sobre atual gestão

Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal revelou a “atuação orquestrada” de milícias digitais que promovia ataques a concorrentes do presidente Jair Bolsonaro. Apesar de desmascarados, assessores do grupo do mandatário brasileiro permanecer ilesos a prisões ou sanções disciplinares. No entanto, o processo continua em investigação no Supremo Tribunal Federal (STF).

O sistema ganhou multiplicação em várias partes do Brasil e conquistou adeptos em cidades do interior. Um caso é a pequena Santa Cruz de Minas, onde o prefeito Wagner Almeida (PL) foi acusado por um comerciante e ex-apoiador político de perseguição de ameaçar e produzir notícias falsas contra ele como porte de armas e estupro.

O comerciante Hugo da Rosa e Silva Lage apontou que o gestor o impede de utilizar a ambulância da prefeitura para se locomover até São Lourenço (MG) onde realiza um tratamento de coluna, como tem costume de fazer particularmente, com o apoio da Prefeitura.

Em entrevista ao site Mais Vertentes, Lage revela que as perseguições começaram após o prefeito buscá-lo para “fraudar a nota fiscal do serviço” de 17 tablets estragados que foram mandados para conserto. ‘Podemos jogar o orçamento de mais uns 10 aí, não dá? E nós dividimos”, comentou o prefeito, de acordo com o comerciante.

Por meio das redes sociais, Hugo gravou um vídeo onde afirmou ter consertado oito dos 17 tablets enviados pela Secretaria de Educação. Do mesmo modo, ele devolveu os demais sem cobrar pelo serviço. Conforme o comerciante, o prefeito não concordou com a atitude e induziu os funcionários do órgão municipal a iniciar uma série de ameaças.

“Eu era amigo dele, admirava ele. Achava que ele era um cara bem intencionado, que ele era um político sério. E depois dessas e outras ocasiões, ele foi demonstrando não ser a pessoa que eu imaginava que fosse”, apontou Lage ao site.