Uma mulher foi refém do trabalho escravo por quase 32 anos, onde trabalhou praticamente sem remuneração para uma família de Nova Era, na região Central de Minas Gerais. A vítima, uma idosa de 63 anos, teve sua liberdade resgatada entre os dias 5 e 8 de julho deste ano por auditores-fiscais e agentes da Polícia Militar.
“Ela teve uma vida roubada”, frisou Cynthia Mara da S.A Saldanha, em entrevista ao site O Tempo. Ela foi acompanhada por mais duas colegas de profissão. O grupo encontrou a idosa em atuação quando chegaram ao local da denúncia feita de forma anônima.
No momento do encontro, ela fazia atividades domésticas, tais como: cozinhar e lavar. O empregador e a família correspondia a um homem de 47 anos, a uma mulher de aproximadamente 70 anos e outro homem, de cerca de 90.
“A mãe nos disse que ela (a idosa) era dela”, contou Cynthia. Ela acrescentou que o pagamento aconteceu apenas no começo do trabalho, após esse episódio, o dinheiro sequer foi passado para a funcionária. A vítima começou a trabalhar no local quando os três filhos do casal eram crianças
As auditoras foram até a residência da família com o reforço da Polícia Militar (PM) e do Ministério Público do Trabalho. A idosa foi identificada sem receber salário ou qualquer outro direito trabalhista. “As vítimas (desse tipo de crime) geralmente desenvolvem um afeto pelo empregador, o que dificulta a denúncia por elas mesmas”, contextualiza Cynthia.
A princípio, a idosa estudou somente até a quarta série. Ainda segundo a publicação, o empregador alegou que a aposentadoria da mulher era gerenciada por ele, porém não evidenciou argumento do que fazia com o dinheiro. Dessa maneira, o MPT realizará um levantamento, onde vai entrar com uma ação judicial para que a idosa recebe a quantia devida.
O empregador responderá criminalmente por acatar pela condição análoga à escravidão, e pode sofrer pena de 2 a 8 anos de prisão e multa. Casos como este podem ser denunciados à Secretaria de Inspeção do Trabalho, por meio do site https://ipe.sit.trabalho.gov.br.