Vale prevê exclusão de metade dos rejeitos de barragem até dezembro de 2022

Os habitantes de Macacos está com a esperança cada vez mais acesa para retornar às suas casas e atividades. Isso porque a Vale calcula que 50% dos rejeitos retidos na Barragem B3/B4 precisam ser deletados até o fim deste ano. Neste sentido, a expectativa é que o barramento seja removido do nível 3 de emergência, considerado o mais crítico.

Desta maneira, a tendência é de que o barramento aconteça de forma totalmente descaracterizada nos próximos três anos. Desde fevereiro de 2019, aproximadamente 200 família deixaram suas casas e atividades comerciais, onde foram evacuadas e receberam custeio de moradia da mineradora.

Uma vez que a barragem alcance o nível 2, o estado de iminência de ruptura deixa de existir e alcança o conceito de estrutura sob obras de emergência depois de intervenções anteriores não conseguirem conter a construção. Esse foi o nível primário que necessita de evacuação.

“Até agosto de 2023, esperamos desmanchar completamente o primeiro alteamento – construção para aumentar a capacidade do barramento. Isso vai retirar 20 metros de altura da barragem e aliviar a construção colaborando para a estabilidade e redução do nível de segurança. Vai, também, se refletir na sensação de segurança das pessoas que poderão constatar visualmente a descaracterização”, explica o gerente de implantação das obras de descaracterização da B3/B4, Marcel Pacheco, em entrevista ao site Estado de Minas.

Brumadinho: Vale adquire multa de R$ 86,3 mi da CGU em processo

A Vale comunicou que a Controladoria-Geral da União (CGU) multou a empresa em R$ 86,3 milhões, referente ao processo administrativo de responsabilização. O órgão certificou que a companhia não apresentou informações fidedignas no sistema da Agência Nacional de Mineração (ANM) sobre a Barragem I de Brumadinho (MG).

O sistema emitiu Declaração de Condição de Estabilidade positiva para a estrutura, entre junho e setembro de 2018. Na ocasião, o entendimento do órgão de controle acreditava que ela deveria ser negativa. Estes aspectos ocasionaram o ato lesivo à Administração Pública em função de ter dificultado a fiscalização da autarquia minerária.

Por meio de comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa relata que a CGU decretou como multa o valor de cerca R$ 86,3 milhões. Este é o nível mínimo estabelecido pela lei, onde é reconhecido o não envolvimento ou tolerância da alta direção.

“A Vale discorda da condenação e apresentará nos próximos 10 dias pedido de reconsideração ao Senhor Ministro de Estado da Controladoria-Geral da União”, cita a empresa.