Estudante de BH aciona à Justiça para poder jogar futebol com colegas na escola

Aos 10 anos de idade, o desejo de Emanuelle Oliveira era disputar o campeonato de futebol do Colégio Santa Rita de Cássia, localizado no Barreiro, em Belo Horizonte. Diante das adversidades institucional, a mãe da acionou a Justiça que, mediante uma liminar do Tribunal de Minas Gerais (TJMG), concedeu uma liminar permitindo a inscrição no torneio que começará no próximo sábado (9).

Responsável por Emanuelle, Daniele Alves de Oliveira Martins tomou a iniciativa após, de várias maneiras, tentar efetuar a inserção da filha nas equipes de futebol. No entanto, a escola apontava que não possuía condições de criar um time feminino e que, por essa razão, a aluna não poderia participar.

“A escola chegou a dizer que tinha que perguntar aos meninos se concordariam sair do time para uma menina jogar”, destacou a mãe, em entrevista ao site g1.

Como forma de demonstrar a insatisfação com a medida da escola, a mãe formou um ato na festa junina colegial. Na oportunidade, ela conquistou apoio de outras mães que a ajudaram a levantar cartazes frisando que garotas também gostam de jogar futebol. Apesar da ação, a escola permaneceu impedindo a entrada de Emanuelle no time.

O juiz Rodrigo Ribeiro Lorezon alegou na decisão a “importância do incentivo ao esporte e à cultura” e que o “simples fato de não ter uma equipe feminina” seria dispensado com o intuito da aluna disputar o campeonato. Nesse sentido, caso optasse por descumprir a decisão, o Colégio Santa Rita de Cássia precisaria pagar uma multa de R$20 mil.

Daniela reitera que a filha tem costume de treinar com meninos desde os cinco anos de idade e que acha válido a formação de uma equipe mista. “Ela quer jogar futebol, eu apoio ela porque é uma atividade física. Sempre jogou com os meninos e nunca teve problemas”.

O Colégio Santa Rita, por sua vez, garante que “não tem ciência de qualquer determinação judicial sobre o assunto”. “A competição do colégio é organizada, para os esportes de quadra, em equipes femininas e masculinas e as categorias de competição entram de acordo com o desenvolvimento de habilidades físicas e domínio dos fundamentos respectivos do esporte”, explica a instituição.

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